Defesa vaza pelo alto, e Inter busca solução para estancar gols de bola parada

A sequência de duas derrotas seguidas neste início de ano incomoda e faz o Inter ligar o alerta por uma recuperação imediata. A comissão técnica trabalha para voltar aos trilhos já contra o Veranópolis nesta quarta-feira, às 19h15, no Antônio David Farina, pela 4ª rodada do Gauchão. O foco passa a ser a correção da bola aérea defensiva, ponto forte da equipe em 2018.

Após estrear com vitória por 1 a 0 sobre o São Luiz, o Inter sofreu quatro gols nos últimos dois jogos do estadual. Três deles tiveram origem no mesmo tipo de lance: a bola parada, com cobranças de faltas dos lados do campo. O número corresponde a 75% dos gols sofridos.

Na derrota por 2 a 1 para o Pelotas, os dois gols saíram de cobranças de falta - uma da esquerda e outra da direita. No último domingo, Tássio completou de cabeça na pequena área após cobrança da esquerda para sacramentar o 2 a 0 para o São José.

Mas a comparação com a última temporada é o que desperta maior atenção. Com o sistema defensivo como principal virtude, o Inter encerrou 2018 com 42 gols sofridos em 57 jogos – média de 0,73 por jogo. A equipe ainda teve a terceira melhor defesa do Brasileirão, vazada 29 vezes. Em 2019, a média de gols sofridos quase dobra: 1,3 por partida.

Gera alerta sim, preocupação. A pré-temporada faz diferença, mas não podemos achar que é normal perder duas seguidas. Ano passado, só ocorreu duas vezes. Temos que ver onde erramos. Precisamos trabalhar e corrigir. Tomamos três dos quatro gols de bola parada. Isso será trabalhado para melhorar – afirma o vice de futebol Roberto Melo.

O trabalho para estancar os gols sofridos pelo alto recai sobre encontrar o encaixe do setor defensivo com as mudanças no time titular em 2019. O técnico Odair Hellmann aponta as saídas de Fabiano e Leandro Damião como prejudiciais para o funcionamento do sistema de marcação de bola aérea.

Fabiano mede 1,88m, e Leandro Damião, 1,87m. Ambos foram substituídos por jogadores de menor estatura. Na lateral direita, Bruno (1,78m) e Bruno José (1,73m) ocuparam as vagas nos três jogos. No ataque, William Pottker (1,80m) e Rafael Sobis (1,77m) foram os escolhidos.

Se visualizar do ano passado, perdemos duas peças importantes neste setor, que são Fabiano e Damião. Tentamos esta reposição em características diferentes. Não precisa ser com a mesma estatura, mas em imposição para estancar. Ano passado, sofremos poucos gols. Agora trabalharemos para encontrar a melhor solução – analisa o treinador.

Marcelo Lomba endossa o discurso de Odair. De acordo com o goleiro, é preciso encontrar entrosamento com a nova formação.

Eles (Fabiano e Damião) saíram, eram peças importantes. Já tinham entrosamento. Mas não podemos focar nisso. É estudar a melhor forma de conter isso. Mas é com o tempo. Já temos três jogos. Trabalhamos essa semana, vamos trabalhar mais. Com o tempo a gente pode sanar isso – ressalta.