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Alfeu, raça e técnica na defesa do Rolo Compressor

  • Writer: entrelinhascolorad
    entrelinhascolorad
  • Jun 11, 2019
  • 3 min read

Entre os zagueiros mais precisos e velozes do futebol gaúcho em todos os tempos, Alfeu marcou época como defensor do lendário Rolo Compressor. Anos antes, por indicação de Carlos Kluwe - um dos primeiros ídolos da história colorada -, o defensor já andara pelo Inter, formando famosa dupla de zaga com Natal.

Apesar de relativamente bem sucedida, a primeira passagem pelo Clube foi bastante breve, com o atleta, pouco tempo depois, sendo emprestado ao Grêmio Santanense, onde se sagrou campeão gaúcho. De lá, seguiu para o Santos, regressando ao Colorado em 1939. No Inter permaneceu mais dez anos, período ao longo do qual perdeu somente o Gauchão de 1946.

Ao lado de Nena, Tesourinha e Carlitos, Alfeu integrava o núcleo do Rolo Compressor. O zagueiro participou tanto da formação inicial, quanto do ápice daquele esquadrão, que até hoje vive na memória da torcida colorada, lembrado não apenas pelos nomes mais duradouros, mas também por estrelas como o goleiro Ivo, a trinca de ases formada pelos médios Assis, Ávila e Abigail, além dos atacantes Russinho, Rui e Villalba.

Comparado por parte da torcida colorada a Domingos da Guia, Alfeu atingiu grande destaque na partida que decidiu o Campeonato Metropolitano de 1944. Na ocasião, após abrir 2 a 0 antes dos dez minutos da etapa final, com gols de Carlitos e Volpi, o Colorado se viu em inferioridade numérica dentro de campo, fruto de seguidas lesões que deixaram o time com apenas oito jogadores sadios no gramado. Primeiro, foi Carlitos quem sentiu, reflexo do seu debilitado joelho recém-operado. Na sequência, Assis precisou ser deslocado para a linha de frente, também injuriado. Logo em seguida, Ramon Castro descontou para os gremistas, fato sucedido pela torção no joelho de Alfeu, que completou o infeliz trio de machucados do Inter.

Coube então ao Colorado, dispondo de sete atletas de linha inteiros, conter o ímpeto do rival. Felizmente, aquele time não tinha nada de comum - pelo contrário, tratava-se de uma das maiores formações já vistas na história do futebol gaúcho. Se no 11 x 11 o Rolo era praticamente imbatível, a inferioridade numérica da ocasião tornava o jogo um pouco mais parelho para o adversário. Mesmo assim, nenhuma bola parecia ser capaz de superar o paredão Ivo Winck. À exceção de uma.

Aos 45 minutos da etapa complementar, foi cobrado escanteio na área colorada. Em meio a um verdadeiro entrevero, Ivo Aguiar, atleta do Grêmio, foi agraciado com a posse de bola quando estava de frente para o gol, livre. Ele finalizou, e enquanto se preparava para comemorar, viu uma perna surgir afastando o perigo. Era Alfeu, principal nome do dia, que sequer conseguiu se levantar após o lance salvador.

No chão, deitado e gemendo, o zagueiro se transformou em herói. Encerrado o jogo, foi festejado, junto a Assis e Carlitos, pelo restante dos companheiros. Logo em seguida, grande parte da torcida pulou o alambrado, aumentando a comemoração. O carnaval alvirrubro não tinha hora para acabar, e azar de quem reclamasse: o dono da cidade não era contrário à algazarra. Seu nome? Sport Club Internacional, proprietário pela quinta vez seguida.

Alfeu foi também atleta da Seleção Gaúcha. Nascido no dia 11 de junho de 1914, o gaúcho de Lavras do Sul alcançou grande destaque representando a equipe riograndense, tornando-se nacionalmente conhecido. Depois de aposentado, o ídolo colorado assumiu a função de treinador, e chegou a comandar o Inter entre agosto e dezembro de 1949. Eterno xerife da área alvirrubra, Alfeu faleceu no dia primeiro de agosto de 1990, aos 76 anos de idade.

Fonte: Acervo do Arquivo Histórico do Internacional, Acervo da Biblioteca Zeferino Brazil do Sport Club Internacional, e Museu do Inter.


 
 
 

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