Clube do Povo inaugura Diretoria de Inclusão Social
- entrelinhascolorad
- Jun 28, 2019
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Cada vez mais plural, o Clube do Povo segue fazendo jus a sua histórica alcunha e dá uma passo gigante rumo à quebra de paradigmas dentro do ambiente do futebol. Em atitude pioneira, nesta sexta-feira, 28 de junho, uma data simbólica que marca o Dia Internacional do Orgulho LGBTI+, o Colorado oficializa a criação da Diretoria de Inclusão Social. Vislumbrando ações que proporcionem um sentimento de pertencimento para minorias e pessoas que encontram maiores barreiras para se estabelecer de um modo geral na sociedade, a medida visa a amplificar o papel do Clube na luta contra o racismo, xenofobia, homofobia e demais preconceitos que em nada somam na humanidade.
Ligada à Vice-Presidência de Relacionamento Social, a pasta prevê ações específicas para a inclusão de minorias sociais, além de conectar e consolidar projetos já realizados pelo Clube. Para mais, a medida vai ao encontro da decisão do Superior Tribunal Federal (STF) de criminalizar a homofobia, e a determinação do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), de fiscalizar com maior rigor e punir os clubes por atitudes homofóbicas dentro dos estádios.

A luta contra preconceitos ganha força. Contudo, não é de hoje que o Clube do Povo abre caminho por essa estrada. A essência popular e de pluralidade social do Inter está presente desde os seus primeiros anos, quando abrira espaço ao combate contra o racismo e a xenofobia no futebol gaúcho. Afinal, a união entre diferentes culturas está presente desde a nossa origem - "Internacional".
"O Inter é um clube que tem um histórico popular muito forte, um histórico de inclusão, de ser do povo e agregar todos os torcedores, todos os segmentos da sociedade. Entendemos que precisamos ter uma diretoria de inclusão social para que possamos fazer algumas ações mais efetivas e trabalhar de uma forma mais específica nesses segmentos", explica o vice-presidente de relacionamento social, Norberto Guimarães.
Tudo está dentro de um natural contexto de evolução institucional. Pioneiro no Brasil com o modelo de associação popular Academia do Povo e o maior percentual de mulheres em seu quadro social (25%), o Inter ataca e defende em várias áreas sensíveis de nossa sociedade. A Fundação de Educação e Cultura do Internacional (FECI) carrega a tradição de mais de 40 anos de trabalhos sociais junto à comunidade, oferecendo atividades de amparo a jovens carentes.

Recentemente, junto à ONU, duas importantes iniciativas foram promovidas, com a realização da Copa dos Refugiados no Gigante e o apoio a HeForShe, campanha que faz alerta sobre a violência contra as mulheres. Já em 2019, uma ação foi parar dentro de campo, mais precisamente na camiseta dos jogadores, estampadas com um patch em apoio ao Observatório da Discriminação Racial no Futebol.
Na madrugada desta sexta-feira (28/06), mais uma demonstração de defesa por uma sociedade livre de preconceitos: a cobertura do Gigante ganhou luzes coloridas para homenagear o Dia Internacional do Orgulho LGBTI+, dando início às ações em alusão à data.
De acordo com Najla Diniz, diretora do novo setor, o objetivo é amplificar essas ações e buscar parceiros para aplicá-las de maneira mais contundente. "A primeira coisa que a gente quer fazer é um levantamento das ações esparsas, para que elas passem a ser efetivas e permanentes, e deixem de ser movidas apenas pelo calendário".

Deste modo, muitas iniciativas importantes vêm sendo tomadas como tradição no Clube do Povo do Rio Grande do Sul. No entanto, é um longo caminho a ser percorrido e as dificuldades fazem parte do processo de mudança dentro da sociedade na qual o Clube está inserido. Gradativamente, vamos ultrapassando etapas para alcançar uma participação efetiva neste cenário, com coragem para tocar em questões mais sensíveis.
Entre as suas funcionalidades, o setor será um elo entre as diferentes ações sociais promovidas pelo Inter, recordista entre clubes brasileiros neste quesito. Muito em parte pelo importante trabalho junto aos consulados, que arrecadam milhares de agasalhos, brinquedos, alimentos e demais donativos para redistribuir a centros de caridade ou diretamente em áreas de risco.
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